Você concorda que é importante sermos poliglotas em nossa própria língua ?

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Aula de Sociolinguistica - "Todo mundo erra sempre" (1/2)


                     A Linguística, assim como diversas campos do conhecimento, é dividida em áreas que se especializaram em enfocar seu objeto de investigação por um determinado ângulo. Só para lembrar, o objeto estudado pela Linguística é a língua. Só para lembrar mais uma vez: a língua está a milhas de distância das considerações simplistas e preconceituosas que encontramos em boa parte do material que enche estantes das livrarias com títulos do tipo “não erre mais” e “português fácil”.
                 A Sociolinguística, um dos campos de investigação mais importantes da Linguística, tornou-se, por mais de um motivo, uma área muito atrativa. Uma razão bem simples: os acadêmicos de Letras, assim como quase todos os acadêmicos dos demais cursos, entram na faculdade com uma visão bastante equivocada sobre o funcionamento da nossa língua. Tudo para eles se resume no certo e no errado, no pode e não pode. Pois bem. Quando têm contato com a Sociolinguística, os estudantes começam a entrar em um admirável mundo novo da língua. Percebem que o certo e errado só funciona em programas de soletração ou quando estamos prestes a ganhar um milhão de reais. A língua é, gostemos ou não, um conjunto de variedades as quais se explicam conforme a classe, o sexo, a idade, a profissão, a região do falante. Há outras variáveis, evidentemente.
                     Mas a história não para aí. Uma coisa que fica muito clara nos estudos sociolinguísticos é que os fatores sociais não andam isolados de fatores internos da língua. Por exemplo, um brasileiro que fala “teia” e não “telha” não vai falar “felha” no lugar de “feia”. Do mesmo modo, alguém que fala “eles foi” não fala “ele foram”. Por quê? Porque a gramática da nossa língua (não as gramáticas normativas) impede esse tipo de arranjo. Isso é fato e não se trata de gosto ou não gosto.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Resposta á atividade I

A atividade de hoje consiste em assistir o vídeo abaixo e refletir sobre os seguintes aspectos:


1 Discorra acerca das concepções de língua que subsistem as posições divergentes dos professores que aparecem envolvidos na discussão.


Marcos Bagno: acredita que o português brasileiro culto é diferente da gramática normativa que vem sendo ensinada nas escolas, que já se tornou algo ultrapassado. Ele tem uma concepção bastante abrangente de língua, entende que no Brasil possuímos uma grande diversidade de línguas e que todas devem ser devidamente respeitadas. Defende a ideia de que o português ensinado nas escolas, a doutrina gramatical tradicional, é ultrapassado e que não é a língua que realmente falamos. Marcos Bagno afirma que a língua que falamos é baseada na linguística moderna, que aceita a diversidade linguística.


Deonísio da Silva: tem a concepção de que a língua que deve ser ensinada pelo professor do ensino escolar é a norma padrão, e que a linguística deve ser vista somente no ensino superior. Pois a língua que é aceita hoje por todas as áreas formais da sociedade é a língua padrão, ou seja, ele acredita que, se o professor ensinar para o aluno a norma não padrão, invalidará seu trabalho, pois o aluno precisa aprender a norma culta, afinal, é a utilização e domínio dela que o tornará um ser capaz de pensar e de ser melhor compreendido na sociedade.


Sérgio Nogueira: acredita que o ensino da norma padrão, da gramática é de suma importância, e que ela deve ser ensinada e respeitada por todos, e que a sociedade deve parar de enxergar os professores como os vilãos da história. Sérgio nogueira, apesar de ser um grande adepto da norma culta e ter uma concepção de língua extremamente restrita, declara não ter qualquer tipo de preconceito linguístico, e diz ainda que esta atitude deve acabar.






2 Você concorda com o apresentador do programa quando o mesmo afirma que falamos o mesmo idioma que falam os portugueses? Justifique sua resposta.


Não concordo. Entendo que herdamos a língua padrão de Portugal, afinal, fomos colonizados por eles, e sua língua nos foi imposta, apesar de que os nativos que viviam aqui já se comunicavam perfeitamente com a utilização de outros idiomas. Mas, é necessário observar que a colonização ocorreu há mais de 500 anos, e que a língua foi se modificando através do tempo. Temos, hoje, em nosso idioma palavras que derivaram de tantos outros idiomas e de tantas outras línguas nacionais, ou seja, temos o nosso PRÓPRIO idioma, o Português Brasileiro.  Idioma este que não deve ser considerado uma variante do Português europeu, mas um idioma próprio de nosso país, que obtém suas características, suas particularidades e suas marcas culturais. 




3 Posicione-se quanto à questão polemizada acerca do uso de variantes da nossa língua portuguesa nos livros didáticos. Pense na seguinte fala do apresentador: "'Os livro' não fere apenas a concordância, fere a nossa compreensão". Embase seu posicionamento


Observando a matéria, tomei alguns pontos de vistas em relação ás questões que estavam sendo debatidas. Realmente é compreensível o espanto e indignação da mídia em relação a publicação no livro, afinal o que se espera de um livro didático é o ensino da norma culta ou padrão, e não o reforço a utilização da norma não-padrão. De certo que todos sabemos perfeitamente que no Brasil a maioria massacrante dos falantes não utiliza a norma culta em seu cotidiano, mas que, apesar disto o português padrão é o que deve ser ensinado nas escolas. Acredito que sim, é importante acabar com o preconceito linguístico, entender que não existe o jeito certo e jeito errado de falar, mas admitir isso em livros didáticos não é a melhor forma de fazer isso, pois uma pessoa que  está aprendendo concordância gramatical ainda não possui capacidade de assimilar que se escrever “nós pega os peixe” em uma redação de vestibular ou qualquer outro tipo de concurso, irá receber nota inferior a de quem utilizou a norma padrão, partindo do pressuposto de que o livro a fez entender que isso não era “errado”. Ou seja, essa ânsia de querer forçar uma inclusão pode acabar gerando mais exclusão ainda. O fato é: não devemos tratar com desprezo ou discriminação aqueles que não utilizam a norma padrão, muito menos força-los a aprende-la e reconhece-la como “a língua certa”, mas sim fazê-los entender que a utilização só irá beneficia-los, pois a partir disso, poderão ser melhor compreendidos, respeitados, deixarão de ser vistos como ignorantes e etc. O que resultaria em uma sociedade mais igualitária e justa para todos os falantes, sem ferir as diversas línguas que existem no Brasil.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Saudações!

           Olá, pessoal!
           Este é o nosso pequeno espaço virtual de estudo da disciplina de Sociolinguística.
           Sejam bem vindos!
           Até mais!